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Ana Paula Valadão e Agenor Duque: Briga no chiqueiro gospel e as tais bases bíblicas

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Eis ai um caso clássico de um babado de redes sociais cristãs em que as opiniões se dividem entre as menos erradas e as mais absurdas. Um verdadeiro espetáculo de horror doutrinário em que a maioria pensa que entendeu alguma coisa, mas, na verdade, não entendeu nada

A cantora gospel e pastora (ai, ai...), Ana Paula Valadão foi a um evento organizado pelo mais patético dos líderes gospel de que se tem notícia: o autoproclamado apóstolo Agenor Duque. A fuzarca evangélica foi denominada de Congresso Fogo de Avivamento para o Brasil. A coisa em si já é medonha. Só o fato de alguém com algum vinil de respeitabilidade aceitar participar de uma bosta destas já é coisa lamentável. Contudo, Ana Paula Valadão atendeu ao convite e, para nossa satisfação, fez a única coisa digna e “de Deus” a justificar a sua presença naquele bordel religioso. A madame ungida das Alterosas foi lá e profetizou, com alguma coragem, uma brisa de boa doutrina naquele lugar fedorento. E isto foi muito bom. 

Não é preciso ser perfeito para ser profeta, basta dar voz ao que provém verdadeiramente de Deus. Isto não é bancar a pitonisa sobre a história alheia e nem alardear conselhos e fofocas nos ouvidos da congregação, “Palavras proféticas” originadas sabe-se lá de onde. Profetizar é admoestar, exultar e proclamar a verdade das Escrituras.

Dona Ana, aprendeu alguma coisa quando há uns dois anos um cantor que não gosta de ser chamado de gospel fez a mesma coisa na “igreja dela”. O camarada, um ex-Raimundos, foi à Lagoinha e desceu a lenha contra o mercantilismo no louvor. Foi bom. Eu mesmo achei que fosse presepada do músico. Escrevi isto aqui. Foi preconceito meu por saber que ele foi seguidor da Bola de Merda do apóstolo Rina. Desculpo-me e retifico: Edificou.

Debate sobre o fato e as versões

As “mídias sociais” cristãs então passam a debater uma versão equivocada dos fatos. Começam com o pressuposto de que Ana Paula Valadão criticou os lencinhos e “objetos de projeção da fé”, o que não é verdade. Basta assistir com atenção o vídeo postado neste artigo. Antes fosse o caso! Até porque, o emprego destes objetos consagrados  é um dos fundamentos mais visíveis da teologia (no caso, um vento de doutrina) que ela e sua família defendem: a Palavra da Fé e sua congênere, a Confissão Positiva. 


Ana, André e Márcio Valadão são promotores dos ensinos de Kenneth Erwin Hagin. Entre os líderes famosos influenciados por Hagin também temos o Missionário R. R. Soares, a apóstola Valnice Milhomens, o apóstolo Renê Terra Nova. Ana e o seu irmão,  André Valadão, estudaram no seminário Rhema, fundado por Hagin, na cidade de Tulsa no estado de Oklahoma (EUA). A influencia desta doutrina na teologia da Lagoinha é tão forte que até mesmo a marca que André criou para as suas bugigangas e roupas de inspiração evangélica -um escudo cortado por uma espada- é praticamente uma cópia do símbolo do ministério do heresiarca Hagin. Você pode ler mais sobre pontos de contato da fé AQUI.

O importante a destacar é que para esta gente, palavras ditas em nome do Senhor Deus têm poder, não no sentido do entendimento bíblico reformado, mas na idiota pretensão de que a declaração é capaz de colocar Jesus contra a parede e garantir ao fiel algum tipo de milagre, ou benção material, nestes termos imperativos. E dá-lhe: “eu declaro”, “eu tomo posse”, “eu profetizo sobre a sua vida” e “eu exijo” “em nome de Jesus (Oi?)”.

McAlister, apesar das recentes tentativas de passar à limpo
a história, é o pai do neopentecostalismo nacional.
A banda neopentecostal brasileira toca a mesma cantiga aperreante desde que o bispo canadense Robert McAlister, outro heresiarca de marca maior, sugeriu aos evangélicos brasileiros que estes poderiam fabricar a sua própria água benta no televisor de casa e trocar ofertas financeiras por bençãos. Desde então, tantas rosas ungidas, bolos consagrados, toalhinhas umedecidas de suor, etc. depois, toda a sorte de excremento gospel vem sendo vendido à gente tola por seus prosélitos, cito:  RR Soares, Edir Macedo e aprendizes. A igreja evangélica decidiu largar a proposta da Reforma e se bandear para o lado de Tetzel, aquele frade dominicano do século XVI que vendia indulgencias e traquitanas sacras, com tamanha destreza que levou Lutero a “perder a linha” e dar o pontapé inicial na Reforma Protestante.

O causo

Voltando ao absurdário da semana, o que Ana Paula Valadão criticou, muito acertadamente, NÃO foi o uso da toalhinha como ponto de contato da fé. Isto é também coisa da cartilha dela. A reclamação foi pela “Heresia Plus”: a adição da idolatria e da simonia no negócio do cão. Isto é: a reivindicação de certos apóstolos acerca da co-autoria dos eventuais milagres que possam acontecer.

Você recebeu um símbolo para ajudar na sua fé que é uma toalhinha, daqui a pouco mais pessoas de Deus vão orar aqui e você vai ser curado, vai receber vitórias. Mas eu quero dizer que você não estará recebendo da parte de homens, você não estará recebendo da parte de pessoa que tem nome na Terra, mas que você dê sempre o reconhecimento Àquele que é o Todo Poderoso. Honre somente a Ele, Jesus Cristo”, disse Valadão.





Muitos destes apóstolos se dizem vasos dos milagres de Deus. Arrogam para as suas “igrejas” a residência oficial do Eterno e se dizem prepostos dos direitos espirituais e do poder de Deus. E querem ludibriar os incautos e arrancar-lhes o dinheiro. E que não sejam tão descaradamente assumidos como semideuses, o fazem insinuantes e ladinos, ao colocarem seus nomes nas bugigangas e erigirem imensos outdoors com suas imagens nas fachadas e portas dos templos. Suas imagens vão em tudo o que se distribui na congregação. São onipresentes. Os picaretas declaram aos ventos a sua unção particular e cobram por isto. Mas aí, o fazem em nome de Deus. Jesus é sempre coadjuvante na benção e o protagonista no dízimo e nas ofertas. Jesus só sabe o número da conta bancária da igreja por que Ele é onisciente. Nem cheque e nem extrato bancário jamais foram depositados em seu altar. São mesmo uns bons sacanas, estes tais apóstolos modernos.

E o Chacrinha Gospel rebateu

Em resposta à admoestação de Valadão, o autodeclarado apostolo Agenor Duque, golpeou lembrando que Ana Paula Valadão não é nenhuma catedrática da fé reformada e é um enorme ventilador gospel a “ventar” as suas doutrinas espúrias junto com a farofa teológica da moda. Duque lembrou-se da tal unção do leão. O primeiro grande passo de Ana Paula Valadão em sua descida na ladeira da credibilidade. De quatro, Ana Paula protagonizou uma cena dantesca, que não se sabia se era teatro de comédia ou pornô mexicano. Duque arrematou a sua autodefesa afirmando que os seus lenços umedecidos de suor, ao menos tem base bíblica, já os urros e o rastejar sensual de Ana Paula Valadão não tem respaldo nas Escrituras.





Se você não crê eu respeito, mas respeita quem crê. Teve uma pastora que falou mal dos lencinhos na televisão, mas eu tenho base bíblica para mostrar isso”, afirmou Agenor durante um de seus programas na TV. “Eu poderia pegar o meu horário, mas eu não vou fazer isso, e colocar uma imagem da senhora dizendo que está cheia do Espírito Santo andando de quatro e fingindo que é um leão. Eu nunca achei base bíblica nisso”, pontuou.

O Chacrinha gospel deve se referir ao fato relatado no livro de Atos 19:11-12: 


"E Deus pelas mãos de Paulo fazia maravilhas extraordinárias. De sorte que até os lenços e aventais se levavam do seu corpo aos enfermos, e as enfermidades fugiam deles, e os espíritos malignos saíam". 

Agenor deve saber, pois todo meliante conhece o certo, para lucrar com o errado, que nem tudo o que é relatado nas Escrituras é para a direção de nossos costumes. O livro de Atos é um livro de relatos e, apresenta diversos fatos que ocorreram e que não são para serem necessariamente imitados. Muitas vezes, até mesmo episódios em que os apóstolos “de verdade” cometeram erros são relatados por Lucas, o autor do livro. Falsos ensinos encontraram acolhida pela Igreja por algum tempo, tudo para ali adiante, os santos serem admoestados pelo Espírito de Deus com a Verdade. Desta forma se constrói a sã doutrina. Foi assim com Pedro em relação às práticas judaizantes, por exemplo. Foi com Paulo, quando cedeu aos nazarenos. 

Os debates acerca da doutrina envolveu os pais da Igreja. A nossa herança é uma construção de séculos fundamentada em Cristo. É perguntar, como o Felipe o fez ao eunuco: - Entendes o que lês? 

Simão queria comprar os "truques"
de São Pedro. Sambarilove!
O apóstolo Paulo era um homem que sempre ambicionava se fazer menor, em favor da grandeza de Cristo. Não seria homem de incentivar a idolatria de sua própria figura. Se o Chacrinha gospel pretende se justificar apegando-se a qualquer texto no relato de Atos, que seja aquele no contexto certo! Como a passagem relatando a existência naquele tempo de uma figura exatamente como Agenor Duque: Simão, o Mago, picareta da época, referido nos Atos dos Apóstolos (8, 18-19). Um charlatão que queria comprar os segredos milagreiros de São Pedro, o poder de transmitir pela imposição das mãos o Espírito Santo e promover maravilhas. Simão, o mágico, ambicionava o mesmo que Agenor, o pilantra: Lucrar com a fé dos incautos. Este episódio origina a palavra simonia. Delito constante no direito canônico consistindo na venda de favores divinos, bênçãos, cargos eclesiásticos, prosperidade material, bens espirituais, coisas sagradas, perdões, objetos ungidos, etc. Tudo em troca de dinheiro. Sambarilove!


Danilo Fernandes é herege por maioria de votos e edita o Genizah




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